sexta-feira, 4 de abril de 2014

Taxidermia

Ciência e Arte

A taxidermia, como muitos sabem, é um processo de reconstituição da imagem de animais, mantendo ao máximo suas características e usando como material original a pele/couro. Essa atividade é realizada apenas em animais vertebrados e exige muito trabalho e conhecimentos em áreas como biologia, química, artes plásticas e outras. O objetivo de um taxidermista pode ser meramente expositivo ou, o que é mais natural, pode estar ainda relacionado ao desejo de "perpetuar" a imagem de espécies que podem entrar em extinção, formando um excelente material para estudo. 

O termo "empalhamento" é comumente usado como sinônimo de taxidermia. Na verdade, o empalhamento é uma técnica de taxidermia mais antiga em que eram usados materiais como palha ou barro para preencher o espaço das vísceras do animal. Hoje, geralmente, a pele reveste um manequim de poliuretano.

Muito provavelmente, alguma vez na sua vida, você já viu um animal empalhado. Não achou interessante e ficou pensando como teriam criado uma réplica tão perfeita? Eu sempre achei bonito, mas não sabia qual era o processo. Somente há alguns anos, quando fui a um museu em Blumenau (SC), é que me interessei ao ponto de pesquisar sobre o assunto, pois nesse museu cujo nome, infelizmente, não lembro, havia vários bichos bonitos empalhados. 

Para os leitores mais interessados no assunto, vai abaixo um texto não escrito por mim, mas que achei interessante por ser um passo-a-passo de todo o processo de taxidermia:

O "empalhamento" de um animal deve começar até 24 horas após sua morte. Depois desse tempo sua carne começa a apodrecer.
1. O primeiro passo é fazer uma máscara mortuária de gesso do bicho. Ela fornece uma imagem tridimensional da cara do animal e é uma cópia perfeita de suas feições, mostrando todos os detalhes de seu rosto;
2. Em seguida, com uma fita métrica, o taxidermista tira as principais medidas do animal, como a circunferência do abdome, o comprimento total do nariz à cauda, a largura da cabeça e a distância do nariz ao olho, entre outras;
3. Com uso de arames e apoios, o animal é congelado na posição em que será "empalhado". Quando ele estiver durinho e na postura correta, é hora de fazer uma cópia do corpo numa fôrma de gesso;
4. A partir do molde de gesso, é feito outro molde de resina. Ele será empregado na fundição do manequim de poliuretano. Se necessário, o taxidermista esculpe detalhes finais na peça, que será vestida com a pele depois;
5. Paralelamente à fabricação do manequim, é feita a retirada da pele, única parte aproveitada - órgãos e carcaça são descartados. Retirado o couro, ele é curtido em banhos ácidos que dissolvem resquícios de sujeira e gordura, evitando que apodreça;
6. O passo seguinte é a retirada da endoderme, uma fina membrana interna colada à pele. Feito isso, o couro é banhado com um produto químico preservativo e é engraxado para ganhar flexibilidade;
7. Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até a cauda são fakes. Os olhos são feitos de vidro, a cauda, de poliuretano flexível, e as orelhas, nariz e língua, de plástico poliestireno. Todas essas próteses são fixadas no manequim antes da pele;
8. A etapa final é vestir o manequim com a pele. Ela é encaixada e fixada com uma cola especial. Depois, é costurada. Os pontos são dados em locais de difícil visualização, como na parte inferior da barriga, para que o bicho pareça o mais real possível.

Um comentário:

  1. Interessante e bem complexo todo o processo! E ae, vai taxidermizar alguém?! rss Brincadeira!! Parabéns pelo post! bjsss

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